PESQUISA DA USF APONTA QUE ASMA PROTEGE

CONTRA O AGRAVAMENTO DA COVID-19

O professor pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade São Francisco (USF), Fernando Marson, desenvolveu, durante a pandemia da COVID-19, estudos referentes a como diversos fatores e comorbidades se comportam na infecção pelo vírus da COVID-19, dentre eles, estudos associados a asma.

Dados da pesquisa foram divulgados recentemente na revista científica Frontiers in Medicine e revelam que em vez de fator de risco, a asma protege contra o agravamento da COVID-19, sugere o estudo.

Esses resultados, provenientes de um amplo levantamento com pacientes hospitalizados no Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou que além de não ser um fator de risco associado com mortalidade, a asma pode ter um papel protetor na infecção pelo SARS-CoV-2 e no desenvolvimento de quadros de maior gravidade. “Apesar de desenvolverem mais sintomas clínicos, os pacientes com asma foram menos propensos a morrer da COVID-19 em comparação com indivíduos sem asma”, explicou o professor Fernando Marson, da USF, no Câmpus de Bragança Paulista.

Entre os doentes que precisam de suporte ventilatório invasivo, por exemplo, 74,7% dos pacientes com asma morreram, enquanto o percentual de mortes entre os pacientes sem asma foi de 78,0%. No grupo que recebeu suporte ventilatório não invasivo, 20% dos pacientes com asma foram a óbito, versus 23,5% entre os pacientes sem asma. Entre os que não precisaram de suporte ventilatório, 11,2% dos pacientes com asma morreram. Já o percentual de óbitos dos pacientes sem asma na mesma situação foi de 15,8%. 

A pessoa com asma apresenta uma baixa produção de citocinas inflamatórias, um grupo de proteínas que aumenta a capacidade do corpo de destruir células tumorais, vírus e bactérias (os interferons, por exemplo). Isso estimula uma resposta imune mediada por células de defesa (linfócitos) T CD4+ Th2, em detrimento do subtipo Th1. Em adição, o ambiente alveolar cronicamente inflamado do indivíduo com asma proporciona menor produção do receptor da enzima de conversão de angiotensina 2 (ACE-2), no qual o vírus da COVID-19 se liga.

“A predominância da resposta Th2 é benéfica porque pode regular e diminuir o impacto da fase tardia da hiperinflamação, que é um ponto crítico em infecções respiratórias graves”, explica Marson, que coordena o Laboratório de Biologia Molecular e Genética da USF.

O estudo, que contou com autoria de Felipe Valencise, Rafael Bredariol, Nathalia Sansone, Andressa Peixoto e Fernando Marson, teve grande repercussão sendo divulgado em mais de 87 veículos de comunicação do país,

O artigo original está disponível para leitura no periódico Frontiers in Medicine

Link FAPESP

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